Minas no Foco

Pós-Fliaraxá encerra atividades mesclando literatura, música e teatro

Obras das escritoras Maria Lucia Alvim, Clarice Lispector e Cecília Meireles inspiram trabalhos

Para encerrar o Pós-Fliaraxá, evento que promove atividades que dão continuidade à nona edição do Festival Literário de Araxá, realizado em 2020, serão apresentadas quatro atrações teatrais e musicais em consonância com o universo literário, no mês de junho.

Inspirados nos poemas de Maria Lúcia Alvim, ocorrerão as performances “Afeto”, no dia 2 de junho e “Iso[lamento]”, no dia 16. As montagens foram concebidas e dirigidas pelos artistas e produtores culturais Caio Ranieri e Pedro Lima.

Espetáculos também são uma homenagem à autora araxaense que faleceu em fevereiro de 2021, vítima de Covid-19. No dia 9 de junho, estreia o espetáculo musical “Ou isto ou aquilo”, contando a história e os poemas de Cecília Meireles; e no dia 23 de junho, as ações do Pós-Fliaraxá se encerram com o musical “A mulher que matou os peixes”, que expõe a vida e obra de Clarice Lispector.

Nos musicais estão em cena os artistas William Bruno, produtor musical, compositor e instrumentista; Fabiô, compositor e cantor; Daniel Souza, contrabaixo, violão e voz; Mateus Pereira, percussão e efeitos; e crianças cantoras do Estúdio Musica 441. Todas as apresentações têm duração de cerca de 20 minutos e irão acontecer de forma on line, sempre às 19h, às quartas-feiras (2,9,16 e 23/6), com acesso gratuito pelo canal do Youtube do Fliaraxá – www.youtube.com/fliaraxa.

O IX Fliaraxá tem patrocínio da CBMM e o apoio cultural do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Nacional de Cultura, do Ministério do Turismo.

Teatro literário

Foto: Marcelo Adriano

“Afeto” apresenta uma história com toques mambembes e interioranos, unindo elementos românticos num cenário poético que aborda as faces mais primitivas até as mais contemporâneas do amor, em meio aos enlaces do fio da vida e as tramas dos nossos encontros e desencontros.

Inspirado pelos poemas “XX Sonetos”, “Pose”, “Romanceiro de Beja”, “A Rosa Malvada” e “Batendo Pasto”, de Maria Lúcia Alvim, a peça explora a contemporaneidade do amor por meio de uma costura de sonetos que formam o ponto de partida para a dramaturgia do esquete.

Foto: Marcelo Adriano

Iso[lamento] tem um conceito atual que caminha pelo bloqueio psicológico, físico, da liberdade de expressão, a educação ultrapassada das novas gerações, as sensações da pandemia e fator tempo em nossas vidas

Inspirado pelos sonetos de Maria Lúcia Alvim, “Mágico Desafio” (Pose,1968), “Poema Saturniano XVII” (XX Sonetos, 1959), “Dança dos Espíritos Beatos” (A Rosa Malvada, 1980) e “Tímida Confidência de Um Poema” (Pose, 1968), a peça procura mostrar o quanto estamos presos dentro dos nossos sentimentos, angústias e problemas. O que resta de cada de um de nós? Ou o que será da gente amanhã? Uma semente é plantada. Só resta esperar os frutos.

Maria Lúcia Alvim, poeta mineira, publicou seu primeiro livro em 1959, o ‘XX Sonetos’, que recebeu o prêmio da Gazeta de Notícias. Autora também dos livros ‘Coração Incólume’ (1968), ‘Pose’ (1968), ‘Romanceiro de Dona Beja’ (1979) e ‘A Rosa Malvada’ (1980). A partir dos anos 80, Alvim se afastou da literatura. Em 2020, ela foi reinserida no cenário literário após ser descoberta uma obra sua, engavetada há mais de três décadas, pelos poetas Guilherme Gontijo Flores e Ricardo Domeneck, que publicaram-na no livro “Batendo Pasto” (Relicário). No dia 3 de fevereiro de 2021, aos 88 anos, a escritora faleceu, vítima da Covid-19.

Musicais literários

Foto: Tone Fotografia

Os espetáculos musicais: “Ou isto ou aquilo”, conta a história e os poemas de Cecília Meireles; e “A mulher que matou os peixes”, expõe a vida e obra de Clarice Lispector.

Ambos são desenvolvidos por músicos profissionais e crianças cantoras, que recitam e cantam as obras das autoras, em um resumo de aproximadamente 20 minutos cada.

O objetivo é resgatar as obras dessas importantes escritoras, criar canções e trazer uma nova versão, cantada e tocada por crianças araxaenses para o público.

Pós-Fliaraxá – Balanço

O Pós-Fliaraxá encerra essas atividades somando uma equipe de trabalho que totaliza 111 profissionais de Araxá, Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais e do Brasil. São músicos, atores, escritores, poetas, slammers, intérpretes de libras, artistas visuais, grafiteiros, técnicos de som e vídeo e produtores culturais. Todos trabalhando por um objetivo comum: o incentivo ao hábito da leitura.

O Festival Literário de Araxá – Fliaraxá – realizou em 2021 atividades complementares à sua nona edição, que ocorreu no ano passado. De 22 a 26 de março de 2021, aconteceram bate-papos com representantes da música, dança e teatro. A escritora Carolina Maria de Jesus foi homenageada em dois momentos: com a Batalha de Slam, que contou com a participação de poetas slamers de diversas cidades mineiras e de outros estados; e com a entrega de um painel feito em grafite pelos artistas Ton Lima e Matheus Black, que está ocupando uma das paredes da área externa da Biblioteca Pública Municipal de Araxá Viriato Correa.

Serviço

Acompanhe essa programação exclusiva e reveja momentos importantes do IX Pós-Fliaraxá pelo Youtube do Festival, no canal oficial www.youtube.com/fliaraxá.

Pós IX Fliaraxá – Festival Literário de Araxá

Mais informações: @fliaraxa – Facebook, Instagram e Twitter

www.fliaraxa.com.br

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