Minas no Foco

Exposição fotográfica internacional homenageia 70 anos do Grande Hotel, no Fliaraxá

A mostra resume parte dos 36 anos da careira de Daniel Mordzinski, tiradas em hotéis do mundo afora

Fotos: Marcelo Adriano

Por Wallace Coelho

Nostalgia misturada à sensibilidade inconfundível do fotografo Daniel Mordzinski trouxe aos salões do mais famoso hotel de Araxá, no Alto Paranaíba, uma exposição internacional de encher os olhos de quem vê o talento muito além das lentes da câmera, na noite desta quinta-feira (09). Setenta fotos em exposição prestam homenagem ao Tauá Grande Hotel, erguido na cidade na década de quarenta.

Expressa em cores e gestos, as fotos traduziam sensações que levaram os visitantes a reflexão. Durante a abertura, diversas autoridades locais estiveram presentes e se uniram aos jornalistas e escritores famosos como Leila Ferreira e Eliane Brum. Segundo o autor, Rafael Montes, o trabalho impressiona pela qualidade. “Eu achei bem interessante o foco que ele dá em cada foto e como são diferentes as abordagens. Acho que as obras contam quase que uma história”.

Fotos: Marcelo Adriano

A exposição ‘Quarto de escrita – Retratos de Escritores em Hotéis – faz parte da parceria com o Hay Festival, um dos mais conceituados festivais literários internacionais. O público pode conferir retratos de celebres personalidades como Jorge Luis Borges, José Saramago, Ernesto Sabato, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llos, Eric Hobsbawm, Nadine Gordimer e Umberto Eco, captados em momentos de intimidade e reflexão, mas também de leveza e bom humor.

“Esse trabalho de retratar escritores é infinito. Porque quanto mais faço, mais quero continuar. O essencial de um escritor são suas obras. O projeto é uma metáfora da nossa vida. Sinto que o quarto de hotel é como uma caixa de surpresa”, explica Daniel Mordzinski.

Daniel nasceu em Buenos Aires e radicou-se em Paris há quase quatro décadas, tendo trabalhado nos jornais Le Monde, El País da Espanha e outros importantes veículos da imprensa europeia.

Fotos: Marcelo Adriano

“Eu fui um adolescente que viveu a ditadura militar terrível na Argentina. E nessa época tinha poucas maneiras de escapar dessa realidade. Com 15 anos eu não sabia se queria ser diretor de cinema, fotografo ou escritor. Hoje, tanto anos depois, posso dizer que meu trabalho é um resumo de todas as artes descritas”.

A exposição fica aberta até o dia 30 de outubro, de 9h às 18 horas, com entrada gratuita. Para o organizador do evento, Jonathan Nicoletii, enriquece a edição deste ano.

“Na verdade é um privilegio receber o Daniel. Ele é o fotografo dos autores. Para nós é importante tê-lo aqui. É legal ver autores que criamos um mito em cima deles, vendo eles em situações do cotidiano. Acho que todo mundo deveria visitar”.

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