Minas no Foco

Amilton Marcos Moreira é o primeiro vereador cassado na história da Câmara Municipal de Araxá

Dos 15 vereadores votantes, 14 votaram contra o parlamentar

Por Janaínna Silva

A reunião extraordinária foi iniciada às 13h30, onde no plenário da Câmara Municipal de Araxá, no Alto Paranaíba, o número de vereadores passou de 15 para 19. Isso porque Valeria Sena, que foi a denunciante, não podia votar, e foi substituída por Miguel Enfermeiro (PT do B) e os suplentes dos vereadores que não ocupam cargo efetivo e/ou tem interesse direto no caso, ocuparam os devidos lugares.

A reunião histórica foi transmitida ao vivo pelo portal Minas no Foco no dia 17 de dezembro de 2015. Foram cerca de seis horas e trinta minutos de transmissão, contado o tempo de intervalo.

A Comissão Processante formada pelos vereadores Alexandre Carneiro de Paula (PR), Onilda Elias Soares (PT), e Credinéia Maria dos Santos (PDT) foi instaurada em outubro para investigar a quebra de decoro dos vereadores envolvidos no caso de desvio de dinheiro da Santa Casa de Misericórdia de Araxá.

A relatora da comissão, Onilda Soares, fez a leitura resumida do documento final da Comissão Processante, que contém trinta páginas. Os vereadores julgados, Amilton Marcos Moreira (PT do B) e José Gaspar Ferreira de Castro (PMDB), estiveram acompanhados dos respectivos advogados.

Na defesa de Amilton, o advogado Fabiano Soares de Melo foi detalhista no argumento de que o cliente fosse cassado, mas por outro motivo que não fosse o decoro. “Se vocês quiserem cassar o sargento Amilton, cassa, por favor, cassa, mas não pelo motivo de falta de decoro”, pronunciou.

Encerrou fazendo pedido à mesa diretora da Câmara Municipal: suspender o julgamento da denúncia. Um documento foi formado, apreciado pelos vereadores, e rejeitado por 14 votos a 1.

Esse um, foi do presidente Carlos Roberto Rosa, que foi a favor de que o prazo para votação fosse estendido até a quarta feira 23 de dezembro de 2015. Mas, segundo o que rege o documento da Comissão Processante o processo precisa ser concluído em 90 dias após ter sido aprovado, prazo este que vence em 4 de janeiro de 2016.

Com isso Amilton Marcos Moreira foi julgado pelos vereadores e com 14 votos (Alexandre Carneiro de Paula, Cesar Romero da Silva, Credinéia Maria dos Santos, Evaldo Juvenal, Edson Gaspar de Souza, Fabiano Santos Cunha, Farley Pereira de Aquino, Jairo Sávio Borges, Mateus Vaz de Resende, Mauro da Silveira Chaves, Miguel Nivaldo da Silva, Moacir Ferreira dos Santos, Onilda Soares, Romário Gerson Galdino) a 1 teve o exercício da função de vereador cassado. Cesar Romero da Silva, o Garrado, foi o único a favor da permanência do ex-parlamentar.

“Até então eu não manifestei em nada, mas vou me manifestar, vamos pra esfera jurídica porque a gente viu que tinha muita coisa maliciosa. Eu quero acabar com o resultado daqui hoje, vou consultar meus advogados, não é que eu… eu respeito a opinião de todos os vereadores, mas a questão toda, na comissão houve falhas. Antes mesmo de manifestar o voto já sabíamos que a comissão queria minha cassação”, disse Amilton.

Após cada vereador exercer o voto, alguns membros da família de Amilton perderam o controle da situação e ameaçaram verbalmente Valéria Sena de Oliveira, agrediram com empurrões o jornalista Cesar Campos, além de uma pessoa da comunidade, Adriana Parreira, que estava acompanhando o processo na plateia.

Com os ânimos restabelecidos no plenário, já que os julgamentos foram feitos separadamente, os trabalhos voltaram e o vereador José Gaspar Ferreira de Castro, o Pezão, foi julgado. O advogado de defesa Luiz Eduardo Pereira de Sá começou com um questionário feito para Miguel Alves Ferreira Júnior, que o respondeu de próprio punho e não compareceu a sessão por motivos de saúde.

Cada parlamentar votou, todos a favor da absolvição (Adolfo Maurício da Silva, Alexandre Carneiro de Paula, Carlos Roberto Rosa, Cesar Romero da Silva, Credinéia Maria dos Santos, Gláucio Leite, Fabiano Santos Cunha, Farley Pereira de Aquino, Mateus Vaz de Resende, Márcio de Paula Duarte, Mauro da Silveira Chaves, Miguel Nivaldo da Silva, Moacir Ferreira dos Santos, Onilda Soares, Romário Gerson Galdino).

Pezão retornou às atividades no legislativo na segunda quinzena de outubro, após o juiz de direito doutor Renato Zupo revogar o afastamento e autorizar o retorno imediato do parlamentar.

“Estou tranqüilo vamos levar isso para a esfera jurídica”, reafirmou Amilton. Em entrevista ao repórter Cesar Campos, ele pediu desculpas pelas agressões da esposa e filha. “Isso é coisa de, eu peço até desculpas, mas isso é coisa da personalidade delas”, finalizou o vereador cassado.

Compartilhe esta notícia:

Related Posts