Minas no Foco

Famílias de assentamento do Morro Grande, em Ibiá, inseguras com o Incra

Acréscimo de famílias é o problemas que está sendo debatido pelos moradores

Quando se fala em assentamento, a imagem estereotipada que surge na cabeça da maioria das pessoas é associada à bagunça, passeata, briga de foice. Mas na verdade, os assentados buscam apenas um pequeno pedaço de terra para trabalhar e produzir.

Em Ibiá os projetos de assentamento confirmam a capacidade produtiva desses trabalhadores que passam boa parte da vida debaixo de barracas de lona, sem energia e com grande dificuldade na busca de água.

As famílias do Projeto de Assentamento Morro Grande, além dessas dificuldades, vêm passando por uma insegurança diante da determinação do Incra, de rever o anteprojeto de parcelamento em 35 lotes, elaborado pela organização. Hoje eles estão divididos, cercados, com água, casas e em plena produção, passando-o para 49 lotes. Um acréscimo que revira, de ponta cabeça, toda a área útil dos 602,83 hectares.

A diretoria da Associação Morro Grande vem se mobilizando através de visitas e reuniões junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, à Superintendência Regional do Incra de Minas Gerais e ao prefeito Hélio Paiva de Silveira, objetivando sensibilizar sobre o possível estrago com a incorporação de quatorze novos assentados.

O prefeito de Ibiá, sensibilizado com a questão levantada, vem se articulando, com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Dinis Pinheiro, junto ao governador Alberto Pinto Coelho para, juntos, reverterem a consolidação de um novo projeto.

Em visita ao Morro Grande, a presidente da Associação, Lucirene Ferreira Silva, alegou que “a situação vem trazendo uma insegurança a todos porque a maioria ainda vai colher os frutos do trabalho, principalmente aqueles que optaram por lavouras como a de café”. Para a secretária da mesma entidade, Elena Moreira da Cruz, o questionamento: “como dividir uma área já formalizada para 35 famílias, todas produtivas, e agora incluir mais 14, inviabilizando a autossustentabilidade?”.

O assentado Eleninho Paulo dos Reis mostrou à redação deste jornal, com alegria e apreensão, dois sentimentos antagônicos, o que as famílias vêm fazendo no Morro Grande: algumas produzindo leite e queijo, outras plantando milho, café e todas com pomares, porcos e galinhas. Para ele “logo agora que o prefeito Hélio abriu todas as estradas no Assentamento, facilitando a nossa vida no escoamento da produção, é que surge esse problema!”.

C/ Ascom

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