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Delegados falam com imprensa, pela primeira vez, sobre investigações da Santa Casa

Após as oitivas de quinta feira, Antônio Nogueira e Kleber Valeriano foram liberados da prisão

Foto: Diário de Araxá
Foto: Diário de Araxá

Por Caio Ranieri

Após cerca de nove horas de depoimentos e acareações entre os acusados do esquema de desvio de verbas na Santa Casa de Misericórdia de Araxá, no Alto Paranaíba, o ex-prefeito de Araxá e provedor da Santa Casa, Kleber Pereira Valeriano e do tesoureiro da entidade, Antônio Nogueira, foram liberados da prisão temporária, decretada na terça feira, 11 de agosto.

Foram ouvidos individualmente os vereadores afastados, José Gaspar Ferreira de Castro (Pezão), Amilton Marcos Moreira (Sargento Amilton) e o presidente afastado da Câmara Municipal, Miguel Alves Ferreira Junior.

Logo após, foi feita a acareação entre Miguel e os acusados, Kleber e Antônio; que ainda estavam presos, e o ex-diretor da Santa Casa, Adair Silva, que foi preso semana passada e liberado no começo dessa semana.

Miguel, Pezão e Amilton continuam presos temporariamente, pelo menos até sábado (05), quando termina o prazo das prisões temporárias, mas, esse prazo pode ser prorrogado por mais cinco dias, dependendo da necessidade das investigações. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através dos promotores que atuam na comarca de Araxá, acompanham de perto as oitivas e as acareações.

Logo após o termino dos depoimentos na noite de quinta feira (13), os delegado César Felipe Colombari e Cristiano Dib concederam a primeira entrevista coletiva sobre o caso, mas não puderam dar muitos detalhes, devido ao fato do processo seguir em segredo de justiça. Segundo o delegado regional, César Felipe, as investigações vão prosseguir, por que ainda não se concluiu todos os detalhes nessa semana.

“Algumas pessoas continuaram presas enquanto for necessário e indispensável à investigação e outras foram liberadas. A princípio, o foco são os 162 mil reais da Santa Casa. Nossa expectativa é encerrar, até a próxima semana os trabalhos, para apresentar a sociedade os verdadeiros culpados”, disse.

Segundo Cristiano Dib, pode ser necessário efetuar novas prisões que ajudem na condução dos trabalhos da Polícia Civil. O delegado ainda confirmou o sequestro de alguns bens que podem ter relação com os desvios.

“A origem do dinheiro nós sabemos, agora é a destinação real do dinheiro que estamos investigando. Foi apreendido um veículo, destinado pelo presidente da Câmara, Miguel Junior, ao dono da empresa que emitiu a nota fiscal fria. Da mesma forma, foi feito o sequestro de um terreno, que foi obtido através do dinheiro desvio da Santa Casa. Há sim essa confirmação, de que pelo menos, 180 mil reais, que estariam garantidos para indenizar a Santa Casa pelo prejuízo que ela sofreu. O veículo era de conhecimento público e notório, que era do presidente da Câmara, do terreno eu não posso falar”, finaliza.

Outros testemunhos, de pessoas citadas, ainda serão ouvidos e se tudo correr bem, segundo os delegados, na próxima semana as investigações serão concluídas.

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